É bem verdade que nem todos nasceram para serem heróis, é um caminho exigente, mas é certo que todos nasceram para serem santos. O heroísmo gera orgulho, a santidade humildade. “Não fazeis como os grandes deste mundo, diz Jesus!
“Qualquer pessoa, por mais pobre, por mais ferida que seja pode aspirar a santidade a partir da sua situação real, ainda que fosse a mais marginal, tanto no aspecto psicológico como moral.” Ufa! Que alívio! Uma vez li que “não há santo sem passado, nem pecador sem futuro.”
Ser santo não é ser virtuoso ou moralmente perfeito. Não podemos compreender santidade como simples atitudes comportamentais. Tremo ao escutar: “Fulano é tão santinho” é o mesmo que dizer tão bem comportado, tão obediente... Santidade não é isso! Não é perfeição humana.
“Os feridos da vida, os fracos, os alcoólicos, os chagados, os dependentes de todos os tipos, os pobres que aceitam sofrer a sua miséria e lutar apesar de tudo, abrem-se a misericórdia e entram, como o bom ladrão, no Reino de Deus antes dos puros que depositam em si mesmos a confiança, contando com as suas virtudes naturais.”
Não podemos esquecer que a gratuidade da misericórdia de Deus nos ultrapassa, “nada é impossível a Deus”. A nossa fraqueza não pode ser obstáculo para o nosso caminho de santidade, mas sim a nossa falta de desejo.
“Ser santo e ser herói são caminhos bem diferentes. O herói é o homem da sua vontade; o Santo é o homem da graça. O herói está penetrado da sua força; o Santo persuadido da sua fraqueza. O herói trabalha para a sua glória, para o triunfo das causas temporais. O Santo tem em vista a glória de Deus. O herói tem o sentido do homem; o Santo tem o sentido de Deus.” (Pierre Blanchard).
Concluo esse artigo com as frases que pela providência divina foram de encontro a minha dor e me motivaram a escrever esse artigo.
“Nunca um homem será mais ferido pela vida do que amado por Deus, nunca”.
“Quanto mais a cana de açúcar é triturada mais se torna doce”.
Márcia Fernanda Moreno
Comunidade Shalom
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Quem sou eu?
Eu, visto pelo outro, nem sempre sou eu mesmo. Ou porque sou projetado melhor do que sou ou porque projetado pior. Não quero nenhum dos dois. Eu sei quem eu sou. Os outros me imaginam. Inevitável destino de ser humano, de estabelecer vínculos, cruzar olhares, estender as mãos, encurtar distâncias.
Somos vítimas, mas também vitimamos. Não estamos fora dos preconceitos do mundo. Costumamos habitar a indesejada guarita de onde vigiamos a vida. Protegidos, lançamos nossos olhos curiosos sobre os que se aproximam, sobre os que se destacam, e instintivamente preparamos reações, opiniões. O desafio é não apontar as armas, mas permitir que a aproximação nos permita uma visão aprimorada. No aparente inimigo pode estar um amigo em potencial. Regra simples, mas aprendizado duro.
Mas ninguém nos prometeu que seria fácil. Quem quiser fazer diferença na história da humanidade terá que ser purificado nesse processo. Sigamos juntos. Mesmo que não nos conheçamos. Sigamos, mas sem imaginar muito o que o outro é. A realidade ainda é base sólida do ser.
Padre Fábio de Melo
Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova.
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