Por Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Não adianta lotar igrejas, gritar aleluias, exorcizar o diabo, benzer isso e aquilo se nada contribui para melhorar a vida de quem sofre. Muito pior é se isso só aumenta o número de cabeças alienadas que culpam a Deus por tudo ou esperam dele a solução de todos os problemas.
Por isso, é preciso cuidar para não cair nos esquemas que sugam dos pobres e desavisados o pouco que ainda lhe resta. Deus não está em leilão. Religião não pode ser mercadoria. Fé é compromisso com a vida; portanto, não tem preço. E Deus não é hipermercado; ele é amor e só nos pede amor.
Jogar baldes de água benta na multidão não causa transformação. Benzer carteira de trabalho da massa desempregada não cria novos empregos se não há esforço no sentido de pressionar quem tem a obrigação de fazer política que gere emprego. Isso para dizer que religião não é magia. Não se pode transformar Deus em mago. Até porque não existe um truque ou fórmula que resolva todos os nossos problemas num passe de mágica. Desejar isso pode ser qualquer coisa, menos fé cristã.
A fé cristã é comprometida com a vida e tem sua razão de ser no Cristo crucificado e ressuscitado. O próprio Jesus que abomina toda forma de exploração, sobretudo as cometidas em nome de Deus. Para ele a religião deve semear a paz, a concórdia, o amor. Se ela é conivente com o sistema econômico que prima pelo lucro e engana as pessoas, é falsa religião.
Que Jesus Cristo, templo vivo de Deus, ajude-nos a vivenciar nossa fé e nos encoraje a fim de não temermos denunciar os falsos profetas famintos por dinheiro e prestígios. Em nossa comunidade haja consciência de que Deus habita em cada pessoa e por isso somos templos vivos dele. Explorando o ser humano, exploramos a Deus.
Fonte: http://paulinos.org.br/
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